O cenário político do Maranhão ganhou um novo capítulo com o anúncio do rompimento entre o prefeito de São Pedro dos Crentes, Rômulo Costa Arruda, e o ex-prefeito e liderança estadual Lahésio Rodrigues do Bonfim. A decisão, confirmada por Arruda em evento público, marca o fim de uma aliança considerada estratégica no interior do estado e abre espaço para novos rearranjos entre lideranças regionais.
Um rompimento anunciado
Rômulo Arruda vinha sendo um dos apoiadores mais conhecidos de Lahésio Bonfim, especialmente por governar o município que projetou Bonfim politicamente para o estado. No entanto, o prefeito comunicou oficialmente que não acompanhará mais o projeto político do ex-prefeito e declarou apoio a Orleans Brandão, figura crescente na cena estadual.
O gesto foi interpretado como simbólico: São Pedro dos Crentes, antes reduto absoluto de Bonfim, agora passa a integrar outra frente política.
Contexto e possíveis motivações
Embora Arruda não tenha detalhado publicamente os motivos do afastamento, o rompimento ocorre em um momento de ebulição eleitoral no Maranhão. Bonfim, conhecido por seu estilo combativo e pela forte presença entre eleitores conservadores, trabalha para consolidar sua influência rumo às próximas disputas estaduais.
A movimentação de Arruda, ao contrário, aponta para uma tentativa de reposicionamento político — seja por divergências internas, desacordos estratégicos ou busca por novas alianças mais vantajosas para seu município e seu grupo.
Além disso, o prefeito enfrenta questionamentos judiciais ligados à administração municipal, o que também alimentou interpretações de que a ruptura pode ter relação com pressões políticas e disputas locais.
Impacto na política maranhense
O afastamento é visto como um revés para Lahésio Bonfim, especialmente porque envolve um município emblemático para sua trajetória. A perda do apoio de São Pedro dos Crentes tem peso simbólico e pode afetar, ainda que parcialmente, sua articulação em regiões do sul do estado.
Para Orleans Brandão, por outro lado, o gesto representa reforço de base e maior capilaridade em áreas antes dominadas pela influência de Bonfim. O apoio de um prefeito em exercício tende a ampliar a visibilidade de sua pré-candidatura e fortalecer sua presença nos debates estaduais.
Um novo capítulo em um tabuleiro em movimento
O episódio reforça uma característica já conhecida da política maranhense: a fluidez das alianças. À medida que 2026 se aproxima, prefeitos, ex-prefeitos, deputados e lideranças regionais reavaliam suas posições e migram conforme seus interesses eleitorais.
O rompimento entre Rômulo Arruda e Lahésio Bonfim sinaliza que o processo de formação de blocos ainda está em curso — e que novas movimentações podem ocorrer a qualquer momento.
