Eduardo Bolsonaro exporta a briga familiar para os EUA — e o Brasil paga a conta

O nome Eduardo Bolsonaro voltou ao centro do furacão político brasileiro — e, mais uma vez, por motivos nada nobres.
Acusado pela Procuradoria-Geral da República de coação em processo judicial, o deputado tenta vestir a capa de mártir da “direita patriótica”, mas o que se vê é um político cada vez mais isolado, barulhento e com uma estratégia de sobrevivência que parece inspirada mais em manuais de guerra cultural do que em manuais de ética parlamentar.

Enquanto o pai, Jair Bolsonaro, encara condenações e restrições políticas, o filho aposta no vitimismo internacional. Dos Estados Unidos, onde passa boa parte do tempo, Eduardo agora avisa ao Brasil — como se fosse embaixador de um regime imaginário — que novas sanções dos EUA podem atingir autoridades brasileiras. Em outras palavras: o deputado, que jura defender a soberania nacional, parece não hesitar em convocar a pressão de potências estrangeiras contra o próprio país.

O discurso que se desmancha no plenário

Na Câmara, Eduardo tenta manter algum protagonismo. Quer a liderança da Minoria, mas o cargo virou uma novela: renúncias, resistências e um clima de desconfiança até entre aliados do “Centrão”.
Os mesmos que, há alguns anos, se alinhavam em fila para posar ao lado da família Bolsonaro, agora tratam Eduardo como um peso político radioativo — útil em discursos inflamados, mas perigoso demais para qualquer projeto de poder sério.

E enquanto tudo isso acontece, o deputado acumula faltas nas sessões, responde a processos no Conselho de Ética e gasta energia em lives e declarações para um público fiel, porém cada vez mais limitado ao nicho do bolsonarismo fanático.
É como se o deputado ainda não tivesse percebido que o “pós-bolsonarismo” começou — e ele, ironicamente, ficou preso ao passado.

O “embaixador informal” do caos

Nos bastidores, Eduardo se vende como uma espécie de ponte entre o trumpismo e a nova direita brasileira.
Acha-se um interlocutor de Donald Trump e um “defensor da liberdade”, mas a verdade é que, em Washington, ele é visto mais como um agitador exótico do que como um estrategista político.
Sua tentativa de provocar sanções contra o Brasil soa mais como vingança ideológica do que como diplomacia.

E o mais provocador: enquanto o deputado fala em liberdade, ele defende regimes autoritários, despreza a imprensa livre e tenta desacreditar instituições que são pilares da democracia. É a liberdade… desde que seja a liberdade dele.

A pergunta que ninguém quer fazer

No fim das contas, a pergunta é simples — e incômoda: Eduardo Bolsonaro é um líder político ou apenas um eco barulhento de um poder em declínio?
O bolsonarismo produziu ruído, mas pouco resultado. E agora, sem o mesmo fôlego das redes e sem blindagem institucional, o “03” precisa escolher entre amadurecer como político ou continuar como símbolo de uma era de confrontos e teorias conspiratórias.

Por enquanto, ele parece ter escolhido o confronto.
E quanto mais o faz, mais confirma o que seus críticos dizem: Eduardo Bolsonaro não quer mudar o sistema — ele quer substituí-lo por algo ainda mais caótico.

Irmão Everton
Irmão Everton

Natural de São Luís, MA, e com raízes na Baixada Maranhense, Irmão Everton é filho de Augusto Cezar e Dona Lelia. Autista e protestante, administra o Blog do Irmão Everton, onde compartilha notícias e análises sobre política, informação e cidadania. Seu compromisso é levar conteúdo claro e relevante aos leitores, independentemente de não ter formação acadêmica.

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