Bolsonaro se diz alvo de “humilhação” após pedido da PF para manter agentes dentro de sua casa

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmam que ele recebeu com indignação o pedido da Polícia Federal (PF) para manter agentes dentro de sua residência, onde cumpre prisão domiciliar. A solicitação foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e gerou forte reação política e jurídica.

Bolsonaro
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A PF argumenta que a tornozeleira eletrônica, imposta como medida de monitoramento, pode apresentar falhas ou sofrer interferências de sinal. Por isso, defende que a presença de agentes seria necessária para evitar riscos de fuga, citando como precedente o caso do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como “Lalau”.

A defesa de Bolsonaro rebateu prontamente, chamando a proposta de “constrangimento desnecessário”. Para os advogados, o policiamento no entorno da casa já seria suficiente para garantir o cumprimento da medida. O senador Flávio Bolsonaro classificou o pedido como uma “humilhação desnecessária”, enquanto Jair Renan, filho mais novo do ex-presidente, declarou que se trata de “perseguição política”.

Nos bastidores, integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) indicam que não devem apoiar a ideia, avaliando que as restrições já aplicadas — prisão domiciliar, tornozeleira eletrônica e monitoramento externo — atendem aos parâmetros de segurança. O parecer da PGR será analisado por Alexandre de Moraes, que decidirá sobre a solicitação da PF.

A polêmica ocorre a poucos dias do julgamento histórico que Bolsonaro enfrentará entre 2 e 12 de setembro, quando o Supremo analisará sua responsabilidade na tentativa de golpe que buscou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O clima é de tensão crescente, com aliados reforçando a narrativa de perseguição e opositores defendendo o rigor da lei.

Enquanto o impasse sobre a vigilância interna não é resolvido, Bolsonaro segue em casa, com tornozeleira e policiamento no entorno, e sob os olhares atentos de um país dividido entre a defesa da Justiça e as acusações de excessos contra o ex-presidente.

Irmão Everton
Irmão Everton

Natural de São Luís, MA, e com raízes na Baixada Maranhense, Irmão Everton é filho de Augusto Cezar e Dona Lelia. Autista e protestante, administra o Blog do Irmão Everton, onde compartilha notícias e análises sobre política, informação e cidadania. Seu compromisso é levar conteúdo claro e relevante aos leitores, independentemente de não ter formação acadêmica.

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